O circo das 37 milhões de criptomoedas: Inovação ou caos total?

Quando Bitcoin nasceu em 2009, ninguém imaginava que estaríamos nos afogando neste tsunami de moedas digitais. O que começou como uma promessa revolucionária - dinheiro sem controle governamental e total privacidade - tornou-se um monstro de mil cabeças que nem sequer conseguimos contar corretamente.

E vão mesmo tentar contá-las! Segundo os dados mais recentes, para outubro de 2025 já existem mais de 37 milhões de criptomoedas únicas, e estamos a caminho dos 100 milhões. Sim, leste bem: MILHÕES! Enquanto isso, os sites de acompanhamento como o CoinMarketCap mal conseguem registar umas 10.000, ficando aquém de... 36.990.000 moedas? Que desastre de contabilidade!

Esta explosão descontrolada tem uma explicação tão simples quanto perigosa: qualquer idiota com conhecimentos básicos de programação pode criar a sua própria criptomoeda. Graças a plataformas como Ethereum, agora não precisas nem de construir a tua própria blockchain. Resultado? Uma avalanche de tokens de lixo que prometem revolucionar o mundo mas que não servem absolutamente para nada.

O pior é que todos juram ter o próximo Bitcoin nas mãos. "O meu token é mais rápido!" "O meu tem mais privacidade!" "Este serve para comprar gelados no metaverso!" A criatividade não tem limites, mas a utilidade real tem.

Entre toda esta basura digital encontramos Bitcoin e os seus clones descarados como Bitcoin Cash, as altcoins presumidas como Ethereum e Solana, stablecoins supostamente "seguras", e o colmo da estupidez: as moedas meme como Dogecoin ou Shiba Inu, criadas literalmente como piadas que acabaram valendo milhares de milhões.

Eu vi pessoas hipotecar suas casas para investir em "PepeElSapo Coin" enquanto os criadores dessas moedas fogem com o dinheiro no meio da noite. Enquanto isso, as exchanges enchem os bolsos cobrando comissões para listar qualquer projeto, independentemente de sua viabilidade.

De todas estas dezenas de milhões de moedas, quantas são realmente úteis? Provavelmente menos de dez. O resto são experiências falhadas, fraudes descaradas ou projetos moribundos caminhando para a sua extinção.

A triste verdade é que esta proliferação selvagem não representa inovação real, mas sim uma frenesi especulativo onde todos querem ficar ricos rapidamente sem aportar valor. Enquanto isso, os reguladores observam de longe, aguardando o momento perfeito para cair sobre todo o setor e nos lembrar que o dinheiro real continua a ter donos com fatos e gravatas.

Quantas criptomoedas sobreviverão em cinco anos? Certamente uma fração mínima. O resto será apenas linhas de código abandonadas na memória digital, recordações da época em que achamos que qualquer token poderia mudar o mundo.