Na reunião entre o presidente russo Putin e seu homólogo chinês Xi, ambos os países concordaram em aumentar significativamente as entregas de gás no futuro. E como precisam disso. Como analista que acompanha o mercado de energia há anos, posso dizer que este movimento não me surpreende nem um pouco - faz parte de um jogo geopolítico onde o Ocidente está perdendo terreno.
A capacidade do gásoduto 'Power of Siberia 1' aumentará dos atuais 38 mil milhões de metros cúbicos para 44 mil milhões, enquanto o gásoduto do Extremo Oriente crescerá 20% até aos 12 mil milhões. Mas isso não é tudo! Também construirão o 'Power of Siberia 2', que transportará outros 50 mil milhões de metros cúbicos desde a península de Yamal até à China através da Mongólia.
Este último número soa familiar? É exatamente a mesma capacidade que tinha o Nord Stream 1. A coincidência não é casual - a Rússia está a reorientar para o leste o que antes enviava para o oeste.
A China já multiplicou por 2,5 as suas importações de gás russo desde 2021. Agora representa mais de 25% das exportações russas de gás, quando em 2021 mal chegava a 7%. O gigante asiático já obtém 22% das suas importações totais de gás e 37% das suas importações por gasoduto da Rússia.
Os europeus talvez celebrem isso pensando que reduzirá a demanda chinesa de GNL no mercado global, mas estão cegos ao que realmente significa: uma aliança energética cada vez mais sólida entre duas potências que buscam desafiar a ordem mundial ocidental.
Este acordo mostra como as sanções ocidentais fracassaram miseravelmente. A Rússia encontrou um comprador estável e a China consegue preços favoráveis. Ambos ganham enquanto a Europa continua a pagar preços inflacionados pela sua nobre postura geopolítica.
Da próxima vez que os políticos ocidentais se gaben sobre isolar a Rússia, lembrem-se deste acordo. O mundo está a mudar e alguns se recusam a vê-lo.
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A China importará ( ainda ) mais gás da Rússia no futuro - A dependência energética intensifica-se
Na reunião entre o presidente russo Putin e seu homólogo chinês Xi, ambos os países concordaram em aumentar significativamente as entregas de gás no futuro. E como precisam disso. Como analista que acompanha o mercado de energia há anos, posso dizer que este movimento não me surpreende nem um pouco - faz parte de um jogo geopolítico onde o Ocidente está perdendo terreno.
A capacidade do gásoduto 'Power of Siberia 1' aumentará dos atuais 38 mil milhões de metros cúbicos para 44 mil milhões, enquanto o gásoduto do Extremo Oriente crescerá 20% até aos 12 mil milhões. Mas isso não é tudo! Também construirão o 'Power of Siberia 2', que transportará outros 50 mil milhões de metros cúbicos desde a península de Yamal até à China através da Mongólia.
Este último número soa familiar? É exatamente a mesma capacidade que tinha o Nord Stream 1. A coincidência não é casual - a Rússia está a reorientar para o leste o que antes enviava para o oeste.
A China já multiplicou por 2,5 as suas importações de gás russo desde 2021. Agora representa mais de 25% das exportações russas de gás, quando em 2021 mal chegava a 7%. O gigante asiático já obtém 22% das suas importações totais de gás e 37% das suas importações por gasoduto da Rússia.
Os europeus talvez celebrem isso pensando que reduzirá a demanda chinesa de GNL no mercado global, mas estão cegos ao que realmente significa: uma aliança energética cada vez mais sólida entre duas potências que buscam desafiar a ordem mundial ocidental.
Este acordo mostra como as sanções ocidentais fracassaram miseravelmente. A Rússia encontrou um comprador estável e a China consegue preços favoráveis. Ambos ganham enquanto a Europa continua a pagar preços inflacionados pela sua nobre postura geopolítica.
Da próxima vez que os políticos ocidentais se gaben sobre isolar a Rússia, lembrem-se deste acordo. O mundo está a mudar e alguns se recusam a vê-lo.